E.G.O EPISODIO 6

Brasil. 14º Departamento Goiano de Investigação Policial.

Senhor Figueiredo, mas como assim? Não estou entendendo. Um animal? Um animal invadiu o galpão ondeCamilla Martín estava sendo mantida e matou os seqüestradores e os policiais também? Essa história é meio absurda, né? Tá, Tá bem, vou mandar uma equipe pro local ainda hoje pra averiguar direitinho. - Robertorepousa o telefone no gancho, gira a cadeira giratória e observa pelo vidro transparente uma legião de funcionários públicos que em uma correria intensa fazia cada um suas respectivas funções.

Roberto Silva tinha 34 anos e há 3 fora admitido com chefe do 14º DIP. Era um homem de personalidade forte e prezava acima de tudo a justiça. Roberto começou seus trabalhos aos 19 anos quando entrou para a Polícia Civil do estado de São Paulo. Foram 2 anos trabalhando como soldado da corporação pois o desejo de seu pai era que um dia ele visse o filho condecorado como coronel ou algo acima. Roberto odiava a violência e não queria seguir o desejo do pai, mas foi aos 22 anos, quando conheceu seu até então melhor amigo, Daniel Fiúza que ele começou a pensar em sair do cargo de soldado. Daniel era um garoto muito inteligente e aos 17 anos foi chamado para o trabalho de investigação. Com sua astúcia e poder de dedução ele ajudou a resolver alguns casos de suma importância no sudeste brasileiro. Roberto se identificava com Daniel, os dois tinham muito mais em comum que mentes brilhantes. Enfim Roberto pediu sua transferência para o Departamento de Investigação e foi mandado para Goiás. Seu primeiro ano foi em Goiânia e logo depois foi transferido para Anápolis onde ele atua até hoje. Roberto casou-se aos 25 anos com Alessandra Botelho e teve duas lindas filhas, Selene (9 anos) e Bruna (7 anos).

Roberto dentro do 14º DIP era visto como um profissional de respeito. Podia-se ver isso quando ele caminhava por entre os outros empregados públicos do Departamento. Cumprimentos, acenos e etc., cordialmenteRoberto respondia à todos enquanto seguia para um outra sala com porta de madeira localizada à esquerda do prédio. Vagarosamente ele abre a porta e como de costume pergunta:

- Maria?

Pode entrar senhor. - A mulher muito atraente que sentava atrás de um balcão de madeira recheado de papéis e um Desktop de gabinete preto e monitor LCD 17”. 

Roberto sorri como resposta e se senta em uma cadeira acolchoada à frente do balcão de madeira envernizada - Maria, poderia dar uma olhada na disponibilidade dos investigadores e peritos do departamento aí pra mim? 

Sim senhor - A moça de cabelos negros e longos, silhueta arredondada e olhos azuis bem claros começa a digitar com extrema velocidade no Desktop colocado a sua frente, alternando vez ou outra entre o teclado numérico e a tecla Enter do Desktop. - Olha senhor, de investigadores só temos o Paulo e o José Pedro, agora... – pausa e o barulho o bater nas teclas invade o ar - Da perícia técnica temos AlanMatheus Silva,Matheus AlmeidaValdemar e o Marcus Vinicius.

Ok. Quero que avisem para eles que quero que ainda hoje dêem uma olhada melhor no galpão, quero começar a montar esse inquérito ainda hoje. 

- Sim... Maria retira um telefone preto do gancho e começa a discar alguns números - ...senhor

Roberto se levanta e dirige-se para sua sala fazendo novamente o mesmo percurso de antes.

15h45min. A perícia técnica e os investigadores do 13º DIP já se encontravam no local. Alan Nogueira, membro bastante competente da perícia técnica goiana e que era especializado em medicina tinha além de sua extrema habilidade dedutiva seu conhecimento anatômico que o favorecia em várias investigações, como por exemplo aquela. Alan horas mais cedo havia coletado algumas amostras do sangue espalhado pelo galpão e com sua análise havia detectado uma forma molecular incomum nunca vista por ele antes, o composto era um hidrocarboneto formado por cerca de 12 carbonos interligados de forma triangular em uma cadeia fechada a qual dava uma coloração mais escura para o sangue derramado no chão do galpão. Naquele momento ele fazia uma análise mais rápida do líquido sanguíneo com uma aparelhagem portátil de análise científica. Por outro lado, Paulo José Pedro seguiam uma trilha formada pelo sangue das vítimas que muito provavelmente fora deixado pelo assassino, seja ele o que quer que fosse. A cada minuto analisando o formato daquele rastro aqueles dois investigadores tinham cada vez mais certeza de que o que se sucedera não passasse de um ataque animal. O rastro disforme e retalhado levou os dois investigadores para uma clareira colocada em meio a uma porção de mata significativamente grande. A clareira estava banhada pelo vermelho intenso e escuro de sangue e tingia além do chão e do mato ao redor da clareira um objeto danificado e separado em três pedaços distintos. Pedro ao manejar o objeto vai vagarosamente encontrando o encaixe perfeito para todas aquelas peças. Todo cuidado era preciso para o manejo daquele objeto, Pedro usava uma espécie de luvas brancas que iam se tingindo de vermelho escuro a cada vez que elas se encontravam com uma parte manchada do objeto. O objeto detinha uma forma retangular, portando uma tampa de metal que era encaixada a uma espécie de recipiente de mais ou menos 2 litros de volume.

O sol com apoio de seus raios laranja-avermelhados tingia de um rubro desbotado todo o solo, o vento balançava muito levemente os verdes vegetais corados com leves traços amarelados que bailavam como se aquele vento trouxesse com ele uma sinfonia melódica. O homem vestido com grossas peles de lobo de um tom acinzentado remexia com os pés a criatura hominídea disforme para os padrões humanos que havia acabado de sucumbir aos raios solares. 

Mário estava recostado próximo à porta da pequena e malfeita casa, ele analisava em silêncio aquele homem que há poucos instantes acabara de derrotar um vampiro aparentemente bastante forte. Dos fundos da casa vinham Erick Suzane caminhando a passos leves e suaves. Suzane suava frio, seu corpo mostrava-se trêmulo e durante o espaço de tempo que compreendeu a caminhada dela até o namorado ela não conseguiu recitar uma só palavra. 

Amor... Suzane abraça Mário por trás - Está t-tudo bem?

Mário sorri para Suzane demonstrando uma cordialidade acompanhada da seguinte resposta:

Sim, eu acho que sim Suz...

- Cara... - Antes mesmo de Mário terminar sua fala Erick começa a falar - Que loucura... O que aconteceu aí fora?

- Aquela criatura vestida com o sobretudo foi queimada com o sol... Mário responde e então se inicia um diálogo entre ele e Erick.

Não me diga que...

- Uhum Erick...

- Vampiro? Ah fala sér... Erick se surpreende ao ver a imagem daquele Nosferatu com graves queimaduras pelo corpo e sendo minuciosamente analisado pelo homem vestido com pele de lobo - Caramba! - Ele engole seco deixando em seu semblante uma mensagem de espanto.

Nosferatus... já ouviu falar de RPG?

A-Aquele joo-jogo maluco que os cara pensa que é vampiro?

- É, esse que você está pensando mesmo Erick, mas não é bem um jogo que “os cara” Mário sinaliza as aspas com as mãos - pensa que são vampir... Deixa pra lá. Esse vampiro aí é personagem de um tipo de RPGchamado Vampiro: a Máscara... 

O homem trajado em pele de lobo se levanta e dirige ao local onde se encontravam os três adolescentes.

- Sorry, I Don’t present me. My name is Charles. Er… Are you everbody fine? - As palavras pareciam sair amaradas da boca daquele homem era como se ainda estivesse aprendendo o inglês. 

Mário por sorte conhecia um pouco da língua inglesa e conseguiu entender perfeitamente o que Charlesdisse. 

- Oh... Yeah. Thanks. – Mário estende a mão - My name is Mário… - Aponta para Suzane Erick The name of her is Suzane and the name of the him is Erick… Er… Where we’re? 

- Oh... We are in Ornick. Welcome! - O homem sorri. 

Erick cochichava com Suzane:

O que eles estão dizendo?

- Eu sei lá.

Gente esse é Charles Mário percebendo a falta de compreensão de seus companheiros e resolve apresentar seu novo 'conhecido'.

Mário... Erick lembra-se de uma coisa que ele iria perguntar - Vem cá, como você sabia que aqueles vampiros iam me devorar aquela hora que você falou “Eles vão te devorar” - Enquanto Erick fala ia se aproximando de Mário Charles.

- Eu não sei... Parecia que eu conhecia aquela língua... - pausa - Estranho não me lembro de ter escutado ela antes... 

O vento toma uma intensidade maior naquele instante reflete sua alteração de intensidade no balançar dos vegetais. 

- É... O inglês eu sei que você é nerd... Mas aquele grego estranho lá eu não sabi... - A análise de Erick é interrompida por MárioErick Suzane se assustam com a altura da voz de Mário.

HEY... - Mário aponta para o homem que se assusta com a reação de Mário - Tem algo muito errado aqui... Nós não estamos nos Estados Unidos e nem em nenhum país inglês... Primeiramente não daria tempo de viajarmos para um... -Mário se recorda de ter reparado na hora e do dia no visor de seu celular no momento em que ele tirou o celular para ameaçar o Nosferatu. - Porque se não me engano não faz nem 2 horas ainda estávamos no galpão atrás de Camilla. E um dardo tranqüilizante não consegue segurar uma vítima por tempo o suficiente para transportá-la de um país latino -americano para um anglo-saxão e outra coisa, no Brasil as pessoas não saem falando inglês sem mais nem menos, muito menos uma língua totalmente estranha como aquela que os vampiros falavam. — Mário suspira — Você sabia exatamente a hora que fomos atacados, tanto que nos salvou na hora H, além de que... – Mário olha de cima a baixo reparando na grande quantidade de arma que o homem carregava. Era um facão em uma das mãos, uma besta na outra e um machado nas costas - Você tá muito bem armado pra ser um viajante que coincidentemente nos encontrou perdido aqui... Mário teve mais certeza do que falava quando ele viu que na lâmina prateada do machado do homem estava banhada de sangue sem que ao menos ele tivesse usado aquela arma o combate conta o vampiro.

O homem parecia estar confuso, aquele bombardeio de palavras da língua portuguesa não fazia o menor sentido. 

You say the English Language don’t is a simple coincidence! Mário então conclui seu discurso com essa frase em inglês.

O homem olhava fixamente para Mário, não dizia nada. Seu semblante passou de confuso para sarcástico. Em um impulso ele avança em direção de Erick que por sinal era a pessoa mais próxima dele. Em um empurrão ele joga Erick sentado contra a parede externa da pequena casa e é bombardeado por uma série de violentos socos de o deixavam desnorteado. 

Mário desesperado refletia “ Droga! o que eu fiz? Esse homem vai arrebentar com o rosto de Erick com esses socos violentos. 

Novamente nesse capítulo houve algumas palavras em inglês que formaram o diálogo de Charles eMário. Note que os erros foram propositais... Seguem as traduções e correções:
 
Frase: 'Sorry, I Don’t present me. My name is Charles. Er… Are you everbody fine?'
Frase Correta: 'Sorry, I don´t introduce myself. My name is Charles. Er....Is everybody ok?'
Tradução: Perdoe-me, eu não me apresentei. Meu nome é Charles. Er... Estão todos bem?

Frase: 'Oh... Yeah. Thanks.'
Tradução: Oh… Sim. Obrigado.

Frase: 'My name is Mário…'
Tradução: Meu nome é Mário...

Frase: 'The name of her is Suzane and the name of the him is Erick… Er… Where we’re?'
Frase Correta: 'Her name is Suzane and his name is Erick...Er...Where are we?'
Tradução: O nome dela é Suzane e o nome dele é Erick... Er... Onde estamos?

Frase: 'Oh... We are in Ornick. Welcome!'
Tradução: Oh… Estamos em Ornick. Bem Vindos! 

Frase: 'You say the English Language don’t is a simple coincidence!'
Frase Correta: 'You know how to speak English it is not a coincidence!'
Tradução: Você falar a Língua Inglesa não é uma simples coincidência!

Como podem ter percebido a história começa na Terra e depois vai para Ornick e há uma alteração no tempo cronológico. Enquanto na Terra eram cerca de 15h45min em Ornick são aproximadamente7h00min. Isso não é um erro, foi como se o que eu escrevi com acontecendo em Ornick estivesse acontecendo antes do que aconteceu na Terra mesmo, já que são dois planetas distintos a variação de tempo cronológico não fará muita diferença =D